- Julho 31, 2018
Prótese fixa ou removível. Quando e porquê?
Quando o paciente decide que chegou a hora de voltar a reabilitar a sua boca e colocar os dentes em falta, surgem uma série de dúvidas importantes que importa esclarecer. Porque não somos todos iguais, com falta de dentes diferentes, em zonas diferentes e com osso maxilar residual e gengiva também diferente de pessoa para pessoa. Para não falar da personalidade (e anseios) e factores financeiros. Então temos, grosso modo, 2 hipóteses de reabilitação das peças dentárias perdidas. Prótese removível ou prótese fixa.
A prótese removível pode ser esquelética ou acrílica. Existem algumas modalidades novas, mas mais não são que um destes dois modelos com materiais novos, eventualmente mais leves e estéticos, mas pouco testados ainda.
A prótese esquelética é geralmente utilizada quando sobram dentes que a possam segurar, uma vez que tem ganchos. É mais cara e, eventualmente, menos estética do que a prótese acrílica. Contudo, “prende” melhor e é mais fina, portanto, tira menos o sabor aos alimentos e é mais confortável.
A prótese acrílica é, então, o inverso. Mais económica e, se não tiver ganchos, mais estética. Mas é mais espessa, carrega mais sobre a gengiva, tem menos retenção (“mexe” mais) e é um pouco mais incómoda de utilizar. A sua retenção é pior quanto menos dentes permanecerem na boca. A pior retenção de todas é nas próteses totais (sem dentes nenhuns na boca) inferiores. Porque não tem “nada” a que se agarrar, só apoia sobre a gengiva. Mas a língua e o lábio não dão descanso, não é?!
Importa realçar que todos conhecemos alguém que usa próteses deste género há anos e que acha uma maravilha. E também conhecemos quem lhes tenha repulsa e ao fim de 1 semana as tenha colocado na gaveta. Isso não é só sorte! Vai também da forma de ser de cada um. Uns com mais, outros com menos paciência.
Mais importante ainda: uma prótese removível, como o próprio nome indica, nunca será uma prótese fixa. Se fosse tão boa como as fixas, elas não existiriam!
As próteses fixas, por outro lado, ficam presas a algo. Podem ser dentes naturais que as suportam, no caso das coroas ou pontes sobre dentes. Ou implantes, se forem raízes artificiais a suportar a estrutura da reabilitação. São mais caras do que as próteses removíveis, mas são muito mais cómodas e, na grande maioria dos casos, muito mais estéticas. São indicadas para quem tenha vontade e disponibilidade de ter uma reabilitação fixa.
Muito se ouve dizer “é para sempre!” ou “é fácil!”, ou até “é rápido!”. Na minha opinião, são estratégias de marketing. Já diz o povo: “depressa e bem não há quem!”. Há casos em que de facto conseguimos colocar dentes na hora ou no dia, mas não são todos os casos. Cada paciente tem uma boca diferente e, portanto, uma solução à medida, diferente.
Por outro lado, estudos mostram que tudo parte, tudo pode dar problemas. Depende do uso e do tempo que passa. E das condições e materiais com os quais se fazem as reabilitações, obviamente! Se o esmalte pode partir, e é o tecido mais duro do organismo (mais duro do que osso!), o que lá colocamos não pode partir? Claro que pode! E há o factor manutenção. Podemos comprar o melhor carro do mundo. Se não se fizer a manutenção devida, vai estragar como qualquer outro. Portanto, é importante saber se os materiais a utilizar são de qualidade, as técnicas as mais adequadas a cada um, que garantias oferecem e que cuidados de manutenção precisam. Medo e idade avançada não devem ser desculpa para não partir para uma reabilitação fixa. E o amigo a quem a coisa não correu tão bem. Como comparação, todos conhecemos alguém que já teve um acidente de mota. É isso que nos leva, ou não, a ter uma? Claro que não! São soluções perfeitas? Não. Mas a perfeição não existe e são, sem sombra de dúvida, as melhores. Mas é um tema a aprofundar numa próxima oportunidade…